China, Rússia, Paquistão e Irã rejeitam o retorno dos EUA ao Afeganistão

Friends of Socialist China,

Publicado em 08/10/2025,

20/10/2025

Em 25 de setembro de 2025, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, presidiu a quarta Reunião Informal sobre o Afeganistão entre os ministros das Relações Exteriores da China, Rússia, Paquistão e Irã, realizada à margem da 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York. A China foi representada pelo Enviado Especial para Assuntos Afegãos do Ministério das Relações Exteriores, Yue Xiaoyong.

A reunião adotou uma declaração conjunta que enfatiza o princípio de que a soberania, a independência e a integridade territorial do Afeganistão devem ser respeitadas. Também expressa oposição inequívoca a qualquer tentativa de restabelecer bases militares estrangeiras dentro ou ao redor do Afeganistão, especialmente por aqueles que têm responsabilidade direta pela atual situação do país.

O jornal China Daily observou: “Num momento em que certas vozes em Washington sugerem abertamente ‘reclamar’ a Base Aérea de Bagram, no Afeganistão, a posição coletiva dos quatro países é oportuna e significativa.”

Essas “certas vozes” se referem, especificamente, às declarações feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, durante uma coletiva de imprensa em 18 de setembro com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, durante uma visita de Estado organizada pela elite governante do Reino Unido.

O governo interino do Afeganistão divulgou um comunicado em 21 de setembro afirmando que rejeita firmemente os recentes apelos dos EUA para recuperar a base aérea e reafirmando seu compromisso inabalável com a soberania nacional. O governo afegão pediu a Washington que cumpra sua promessa feita no Acordo de Doha de 2020, de não haver interferência militar.

Enviado especial chinês participa da reunião sobre o Afeganistão

26 de setembro (Ministério das Relações Exteriores da China) – Em 25 de setembro de 2025, o ministro russo Sergei Lavrov presidiu a quarta Reunião Informal sobre o Afeganistão entre os chanceleres da China, Rússia, Paquistão e Irã, durante a 80ª sessão da ONU em Nova York. O enviado especial chinês Yue Xiaoyong participou em nome da China. A reunião discutiu temas de interesse comum, como a situação atual no Afeganistão, e emitiu uma declaração conjunta.

Declaração conjunta sobre o Afeganistão demonstra determinação regional pela paz

29 de setembro (China Daily) – À margem da Assembleia Geral da ONU, os ministros das Relações Exteriores da China, Rússia, Paquistão e Irã realizaram uma reunião sobre o Afeganistão e divulgaram uma declaração conjunta.

A declaração reafirma que a soberania, a independência e a integridade territorial do Afeganistão devem ser respeitadas. Também manifesta oposição clara a qualquer tentativa de reinstalar bases militares estrangeiras na região, especialmente por aqueles que foram responsáveis pela crise atual. Tais ações, alerta o texto, não só contradizem as aspirações do povo afegão, mas também prejudicam a paz e a estabilidade regionais.

O governo afegão emitiu um comunicado em 21 de setembro rejeitando os apelos dos EUA e pedindo o respeito ao Acordo de Doha de 2020.

O porta-voz adjunto da administração afegã, Hamdullah Fitrat, publicou o comunicado em sua conta na plataforma X, destacando que a independência e a integridade territorial do Afeganistão continuam sendo prioridades em todos os relacionamentos bilaterais, especialmente com os EUA.

Durante mais de duas décadas, o Afeganistão suportou os altos custos da intervenção militar estrangeira. Em vez de paz ou desenvolvimento, a prolongada presença de forças externas aprofundou divisões internas, desagregou o tecido social e deixou o país com graves desafios de segurança e humanitários.

O consenso internacional, segundo os signatários, deve ser que o Afeganistão precisa de estabilidade, reconstrução e respeito genuíno por sua soberania — e não de um retorno das tropas estrangeiras.

A declaração conjunta dos quatro países reflete tanto a voz da justiça quanto da razão, mostrando sua determinação de apoiar um caminho afegão para a paz e o desenvolvimento, liderado pelos próprios afegãos. Também destaca o entendimento comum de que a comunidade internacional deve fornecer ajuda humanitária e apoio à reconstrução, em vez de reviver antigos padrões de intervenção.

Em entrevista coletiva em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, reiterou a posição firme da China. Segundo ele, o comunicado demonstra o respeito que os países vizinhos do Afeganistão têm por sua soberania, independência e dignidade nacional, além da vontade compartilhada de ajudar na reconstrução e estabilidade.

Guo enfatizou que, como vizinho próximo e potência responsável, a China está disposta a trabalhar com a comunidade internacional para continuar prestando assistência ao Afeganistão e promover sua paz e reconstrução. O compromisso da China, afirmou, baseia-se em princípios, não em cálculos geopolíticos.

A declaração conjunta deixa claro que reintroduzir infraestrutura militar no Afeganistão não serviria a nenhum propósito além de reabrir feridas antigas, semear novas divisões e desestabilizar toda a região. O que o povo afegão mais precisa hoje é alívio da pobreza, ajuda para revitalizar sua economia e garantias de paz duradoura — não a sombra de mais um ciclo de intervenção militar.

A reunião quadripartite em Nova York e seus resultados demonstram o papel crescente da diplomacia regional na abordagem de desafios globais. China, Rússia, Paquistão e Irã fizeram sua voz coletiva ser ouvida no palco mundial, ressaltando que os países diretamente afetados pela instabilidade afegã estão dispostos e capacitados para assumir a responsabilidade pela paz e segurança regionais.

Embora a situação no Afeganistão continue complexa, o caminho a seguir é claro: a comunidade internacional deve ajudar o povo afegão a superar dificuldades humanitárias, reconstruir sua economia e restaurar a estabilidade social.

A declaração conjunta serve, portanto, como um lembrete oportuno de que a paz regional não pode ser conquistada por meios militares, mas sim por respeito, assistência e cooperação. China e seus parceiros demonstraram determinação e visão ao traçar esse caminho — e o mundo deve tomar nota e seguir o exemplo.

Texto original publicado em Friends of Socialist China.
Tradução livre para o português.

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