Presidente do México não participará da Cúpula das Américas e critica exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela

Orinoco Tribune

13/10/2025

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, confirmou nesta segunda-feira (13) que não participará da próxima Cúpula das Américas, marcada para os dias 4 e 5 de dezembro, na República Dominicana. Ela declarou discordar da exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela do encontro.

Durante sua coletiva de imprensa diária, “Las Mañaneras”, no Palácio Nacional, Sheinbaum explicou que questões internas a impedem de comparecer, mas que seu governo avalia enviar outro representante mexicano.

“Em primeiro lugar, não concordamos com a exclusão de nenhum país. E, nas atuais circunstâncias, não. Devemos concentrar nossos esforços no país, especialmente diante da emergência”, afirmou a presidente.

A referência foi às inundações recentes provocadas por fortes chuvas nos estados de Veracruz, Hidalgo, Puebla, Querétaro e San Luis Potosí, que já deixaram 64 mortos e 65 desaparecidos.

Em 30 de setembro, o Ministério das Relações Exteriores da República Dominicana justificou a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela citando “o atual contexto de polarização política”. O governo do presidente Luis Abinader afirmou que a decisão visava “garantir o sucesso do encontro, convidando o maior número possível de países”.

Segundo o comunicado, Cuba, Nicarágua e Venezuela seriam “países que, por diferentes motivos, decidiram não integrar a OEA” e “também não participaram da última edição da Cúpula das Américas”. Na prática, porém, os três países foram excluídos pelo governo dos Estados Unidos, então liderado por Joe Biden, durante a cúpula de 2022 em Los Angeles, Califórnia. O ex-presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador também boicotou aquele encontro em sinal de protesto.

A Cúpula das Américas reúne chefes de Estado da América Latina e do Caribe, sendo amplamente vista como um instrumento de influência dos Estados Unidos na região. Desde sua criação, na primeira cúpula em Miami, em 1994, o evento tem sido organizado sob forte tutela do Departamento de Estado norte-americano, por meio da quase extinta Organização dos Estados Americanos (OEA), refletindo uma visão neocolonial de Washington sobre o continente.


Apoio da Bolívia

Na semana passada, o governo da Bolívia também condenou a exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela, manifestando repúdio categórico à decisão.

Em comunicado oficial, La Paz declarou que a exclusão contraria os princípios de respeito, inclusão, autodeterminação e não intervenção nos assuntos internos dos Estados — bases essenciais do direito internacional e do multilateralismo regional.

“A Cúpula das Américas deve ser um espaço de encontro e diálogo político sem exclusões, voltado à promoção da cooperação, da integração regional e do respeito à diversidade ideológica e política dos Estados”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores boliviano.

Texto original publicado em Orinoco Tribune (Venezuela).
Tradução livre para o português.

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